O papel do profissional de comunicação, seja ele repórter ou editor de um jornal não se resume em apenas informar o seu público leitor, mas também em explicar de forma clara e independente o que determinada notícia ou resultado desta podem afetar ou não a vida do cidadão.
Pensando justamente no peso que uma reforma política poderia gerar às eleições de candidatos ao Governo, especialistas sugerem dois modelos para o sistema eleitoral brasileiro, porém apenas um parece fazer mais sentido:
VOTO DISTRITAL MISTRO
Voto distrital misto, funciona da seguinte forma: o voto é dado ao partido, considerando o quociente eleitoral. Em seguida, o número de cadeiras disponíveis e aí sim, de forma analítica, julga-se o número de votos dos candidatos do partido. A candidatura é mais uma mera consequência do que a definição de escolha dos eleitores, em que o representante não é o candidato escolhido pela população regional e sim pelo sistema político que passa a sensação de “eleição”, porém, na prática não é dessa forma que realmente acontece.
Entende-se que para ocorrer uma mudança no país, urge a necessidade de uma Reforma Política para que os governantes sejam também governados pelo cidadão e não o contrário, como é hoje em dia. Afinal, para os políticos não há interesse nesse empoderamento civil, pois se considerarmos o voto distrital puro como novo modelo para o país, esses mesmos políticos terão um novo patrão: você!
VOTO DISTRITAL PURO
Países desenvolvidos como a Inglaterra e França adotam o sistema político de voto distrital puro. Esse modelo visa dividir uma determinada localidade em várias regiões, as quais devem eleger o candidato mais votado para representar sua região, no caso o distrito o qual ele representa. Isso possibilita a fiscalização da justiça, do Tribunal de Contas, da Imprensa e principalmente a cobrança por parte da população que o elegeu. Essa percepção é capaz de munir os cidadãos de determinadas localidades para a tomada de decisão em reelegê-lo ou não nas próximas eleições.
Até onde chegamos com o atual sistema eleitoral brasileiro
Segundo o Índice de Democracia da Unidade de Inteligência da revista The Economist, vergonhosamente o Brasil ocupa a 49ª posição entre 167 nações. Atualmente o país é considerado como uma “democracia falha”, pois como não há equilíbrio entre os três poderes, falta confiança na própria democracia.
O maior desafio é informar os cidadãos de modo compreensível quanto aos aspectos do modelo de votação em vigor, expondo a ineficácia que ele representa.
Os últimos dados levantados pela Transparência Internacional, orgão responsável pela Coalização Mundial de Combate à Corrupção apresenta uma percepção negativa para países como o Brasil que tiveram pouco ou nenhum progresso nesse sentido. Em uma escala de zero a cem, a pesquisa classicou os níveis percebidos de corrupção na política, onde 0 é altamente corrupto e 100 é livre desse problema, sendo considerado “muito limpo”.
Em fevereiro deste ano, o índice constatou que mais de dois terços dos países pontuam abaixo de 50. O Brasil é um deles com apenas 37 pontos, ficando na 96ª posição entre 180 países analisados. Infelizmente, em comparação com os últimos anos, esse fraco desempenho não é novidade.
O que tudo indica é que a mudança no quadro atual deverá ocorrer na base. Portanto, será preciso mais do que informar já que na maior parte do país carecem programas que formem cidadãos.
Exercer cidadania vai além de um simples voto. Trata-se da mudança de comportamento, desde permanecer alerta às “notícias” a fim de interpretá-las com maior assertividade, até o compromisso responsável de propagar a informação. Dessa maneira, mais e mais pessoas tomam a iniciativa de construir pontes que restabelecem a confiança na Gestão Pública.
Fonte: Jornalismo Colaborativo